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Corpos disciplinados
Estes trabalhos investigam a condição feminina a partir do corpo disciplinado, da busca por liberdade e das sutis – e às vezes brutais – imposições sociais que moldam a experiência das mulheres. Por meio de diferentes linguagens e materiais, os trabalhos refletem sobre a exigência de graça e perfeição, a tensão entre emancipação e controle, e a persistência de estruturas que cerceiam a autonomia feminina. Entre gestos de resistência e subordinação, as obras convidam à reflexão sobre como esses padrões se perpetuam e se transformam ao longo do tempo, questionando as fronteiras entre liberdade e imposição.
Cores e nomes
Essas obras exploram a subjetividade das cores e a forma como são nomeadas, evidenciando a arbitrariedade desse processo. Ao atribuir significados afetivos e poéticos a diferentes tonalidades, os trabalhos questionam as convenções que regem a percepção cromática. Mais do que simples classificações, as cores aqui se tornam narrativas, despertando reflexões sobre os sistemas que organizam e atribuem sentido ao mundo visual, muitas vezes de maneira simbólica e inesperadamente cômica.
Brinquedos e jogos
Os trabalhos deste bloco exploram a relação entre jogos, brinquedos e sistemas de organização, valendo-se da lógica lúdica para questionar convenções sociais, artísticas e comportamentais. A interação e a participação do público transformam regras em dispositivos de reflexão, revelando a arbitrariedade por trás de estruturas que regem a vida cotidiana. Elementos familiares – como placas de banheiro, linhas no chão e brinquedos de pelúcia – são deslocados de seus contextos habituais, criando um território de ambiguidade onde o jogo se torna metáfora do controle, da obediência e do acaso, muitas vezes expondo o absurdo das normas que seguimos sem questionar.
Doces desejos
As obras reunidas no bloco exploram a sedução exercida pelos doces, desde suas embalagens brilhantes até suas cores vibrantes e formatos meticulosamente esculpidos. Mais do que alimentos, essas guloseimas se tornam símbolos de desejo, prazer e até ilusão, evocando tanto o fascínio infantil quanto a crítica ao consumo excessivo e à artificialidade desses produtos. As peças tensionam a dualidade entre atração e engano, evocando referências culturais e mitológicas, como a maçã do amor, que remete tanto ao romantismo quanto à traição. O exagero, a repetição e a teatralidade visual e sonora reforçam a reflexão sobre um mundo de excessos, onde o que encanta nem sempre nutre.
Bem estar
Estes trabalhos investigam criticamente a indústria de cosméticos e perfumes, abordando a forma como esse setor constrói e reforça padrões de beleza, especialmente voltados para as mulheres. As obras questionam o excesso de estímulos visuais e sensoriais presentes na publicidade, onde promessas de juventude, sensualidade e perfeição são vendidas como essenciais para a autoestima e aceitação social.
O bloco sobre o amor explora sua construção simbólica na cultura e na publicidade, revelando como ele é romantizado, comercializado e ensinado. As obras abordam o amor como poesia, produto e narrativa, seja em bandeiras, anúncios ou vidros de esmalte, criando diálogos entre desejo, consumo e idealização. Gráficos estatísticos refletem como o amor é representado no cinema, questionando fórmulas inalcançáveis e padrões estabelecidos.
Identidades
O bloco Identidades explora as múltiplas camadas que compõem quem somos, refletindo sobre a construção da autoimagem, a fluidez das relações e a influência do tempo na percepção de si e do outro. A partir de diferentes suportes e linguagens, as obras questionam a noção de identidade fixa, revelando como ela se molda por meio de vínculos, memórias e convenções sociais.
Brechas no cotidiano
Essas obras apresentam uma reflexão sobre as brechas e contradições do cotidiano, abordando temas como o trabalho, a memória, o envelhecimento e as normas sociais. Elas exploram a desconexão entre o que é esperado e o que realmente ocorre, revelando falhas e lapsos na realidade, onde o invisível pode ser percebido através da arte.
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